segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Esquizofrenia







[ Mírame.
  Observa-me.
  Não sei se minhas palavras se farão presente.
  Constante.
  Não sei se o amor que acredito amar é real.
  Irreal.
  Apenas siga-me.
  Observa-me.
  Mírame.


  Eu caminhei por diversas ruas.
  Ruelas.
  De volta à minha casa.
  Peguei a primeira condução.
  Desci num contra-destino
  Para a longa espera
  Da segunda
  (E quase que ilusória!)
  Condução.
  Condição.


  E houveram tantas horas.
  Tantas ininterruptas horas.
  Sob à espera.
  E tantos breves e longos
  Pensamentos.
  Soltos.
  Embaralhados.
  Misturados.


  Me perdia em meus poucos problemas 
  Que teria de resolver.
  Mas me voltava 
  (Quase que meio sem graça!)
  Em pensamentos Teus.
  Em pensamentos Vós.


  E após todo aquele tempo
  Perdido.
  A carruagem lendária me aparece.
  E aquela disputa.
  Um sobe-desce.
  Permaneci ali dentro.
  À espera de um momento
  Para passar.


  E ao chegar a roleta
  Deparei-me
  Com a presença
  De Um alguém não incomum.
  Olhara
  Perplexa para tal figura.
  E passei por despercebida
  Por entre aqueles olhos.


  Sentei-me do lado
  Oposto.
  Era um gosto tão irreal.
  Tão Incomum.
  Comum.
  E entre breves olhadelas
  Fiquei a contemplar.
  Não sabia mais se o que eu via
  (Se quem eu via!)
  Era real.


  Pus-me a olhar pelo
  Reflexo
  Do vidro de minha janela.
  E ele estava ali.
  Bem ali.
  Seria ele?
  (Ou não???)
  Eu estaria vendo-o?
  (Ou apenas projetando sua imagem?)
  Em outros rostos.
  De outros corpos.
  Em outras vidas...


  Chego ao meu destino.
  E aquele fantasma-projeção
  Que descera na mesma parada
  Se vai em caminhos cruzados.
  Opostos.
  E meu olhar triste
  Esperando um pequeno Adeus.
  (Ou seria um Olá?)
  E os metros vão devorando aquela
  Apatia.
  E ele se vai...
  E ele... se vai...
  Deixando o silêncio. ]



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