quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ladrilhos

[ Caminho pelas ruas monótonas, abandonadas pela alegria.
  Tudo era sombrio, sem cor, sem vida.
  Pintura à tinta óleo desbotada, manchada, sem graça.
  Comigo não havia mais nada.
  Eu era um Ser...
                          ... Sem Nome...
                          ... Sem Identidade...
                          ... Sem Roteiro algum que contasse meus dias...


  Passo por ruas, calçadas e avenidas.
  Chutando as pedrinhas perdidas pela rua vazia.
  Observo os ladrilhos e suas formas.
  Zig-Zagueando por todos os lados.
  E nada.
  Nenhum outro Ser que me mostrasse um sinal de vida sequer.


  Andarilho destemido me tornei.


  Quando de repente a sonoridade ecoa.
  Sintonia sinfonicamente sanfonada.
  E as notas em tons afinados cada vez mais se aproximavam.
  Como se eu vivesse dentro de uma caixinha de músicas.


  Esfera vermelha gigante no rosto que substituira o nariz convencional.
  Estrelas cintilantes ocupavam o lugar do sorriso.
  Era um arco-íris andante.
  Saltitante, talvez.
  As películas tons de cinza foram ofuscadas pela Ser multicor.
  A paisagem parecia dançar conforme sua música.


  Então...
  Ele se aproximara.
  Fitou-me.
  E em passos largos, com seus gigantes pés.
  Chegara próximo a mim.
  Nenhuma palavra no entanto, saiu de sua enorme boca avermelhada.
  Em gesto de reverência, ele tira do bolso algo que não pude enxergar.
  Estica o braço, entregando-me o tão misterioso presente.
  Naquele momento enchi o peito de ar.
  Uma respiração forte e densa.
  Fechei os olhos por milésimos de segundos.
  E quando os abro, deparo-me com a rua vazia e sombria
  Repleta de cor e vida.
  Nada mais parecia sem graça ou sem cor.
  Até mesmo eu, que antes encontrava-me sem nada
  Passei a ter tudo.


  Agora eu sou alguém.
  Já tenho uma nome.
  Um identidade.
  E meu roteiro já começa a ser escrito.


  Deixe que eu me apresente.
  Eu me chamo Amor.
  E é um prazer lhe conhecer...]


____________________________________________________

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Sopro

[ Meu coração encontrasse leve.
  Pluma que vagueia por tuas mãos.
  Sopraste todos os vestígios.
  E o vento encarregado de levá-las para longe.
  As devolve...
  Cobrindo teu corpo com as plumagem
  Empregnadas de sentimento. ]

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Água [De]Corrente



[ Tudo esclareceu depois do clarão da lua.
  Era madrugada fria.
  Meus pés cansados almejavam por segundos momentos de paz.
  Meu corpo calejado pelas impurezas carregadas durante o dia.
  Então lavo minh'alma banhada por água benta.
  Retirando todos os meus demônios...
  Meus tormentos...
  Minhas mazelas... ]

sábado, 24 de julho de 2010

Amanhecer



[ Vagueio por entre as nuvens à procura de desapego.
  Atrelada à meus ensejos permaneço rumo a desilusão.
  Amar demaseadamente tornou-se um veneno preciso.
  Amargo.
  Pungente.
  Enveneno-me e enlouqueço a cada quarto de hora que passa.
  Entorpecendo minhas veias carregadas.
  Minhas vinte e quatro horas diárias tornaram-se
  Trezentos e sessenta e cinco dias ininterruptos.
  Velozes são elas.
  Por vezes, exalam lentidão.


  00h.
  Aguardo anseando o amanhecer.
  Hoje será meu último dia de vida... ]

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Impunidade



[ As balas já não são tão doces.
  Azedume que me vem à boca.
  Delas saem recheios de sangue.
  Gosto enferrujado de impunidade.
  Repulsa de um pesar descontentamento.
  Lá fora quadros pintados com violência.
  Um borrar de vermelho sujo.
  Pretume repugnante.
  Retratos falados.
  Rostos enjaulados.
  Vidas interrompidas. ]




P.S.: Ainda tenho esperança, embora que pequena, que as coisas possam mudar, que as pessoas possam se respeitar, que possamos continuar de mãos limpas, que o Sol possa raiar límpido sem os tons borrados de um vermelho sujo de violência...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Eu e Vinícius...



[ O que são Amigos na verdade?
  De onde vieram?
  Como surgiram?
  Quem inventou?

  Vinicius já dizia:
  "- A gente não faz amigos, reconhece-os!"


  Acredito que estejamos interligados.
  Há uma força que nos une inexplicavelmente.
  Temos um amor incondicional.
  Uma fidelidade que não precisa de contratos assinados.
  As demonstrações de carinho são de pura espontaneidade.
  E junto à ela, vem o casulo da proteção.


E mais uma vez Vinícius falou:
"- Eu poderia suportar, embora não sem dor, 
que tivessem morrido todos os meus amores, 
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos."


  E de pedra em pedra se montou a pirâmide.
  Assim como de amigo em amigo de forma o quebra-cabeça da vida.
  Cada peça ali concentrada é parte da minha história.
  É parte do meu viver...
  Meu alicerce de concreto puro.
  Firme!
  E falta de uma dessas peças deixa um vazio incomensurável.
  Doloroso. 
  Angustiante.

Então por fim Vinícius anuncia:
"- Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, 
não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. 
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. 
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. 
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, 
para ter-se a consciência de que ainda se vive."

  
  Hoje com clareza posso dizer que tenho amigos.
  Amigos daqueles que se diz ser de verdade.
  Mas não só no dizer.
  No fazer, no conviver.
  Não preciso de rimas, prosas ou poesias.
  Talvez Vinícius tenha tido a mesma sorte que eu tenho,
  Ter amigos de almas leves e corações puros.
  Únicos.
  Cada um com seu jeitinho mais do que especial.
  Um sorriso largo.
  Um olhar desconcertado.
  Abraços deliciosamente apertados.
  Canções sem noção.
  E o coração na mão.
  Eu estaria sendo hipócrita se dissesse 
  Que meu coração é um terreno vazio.
  Mas como posso ter o coração vazio se dentro dele tenho guardado
  Todos aqueles que amo?
  Amor de amigo é infinito.
  Ultrapassa todos os preconceitos, os preceitos, os defeitos, enfim...
  Eu os amo sem medida.
  De peito aberto.
  E coração Feliz! ]

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Em meus Braços...

[ Parecia-me um devaneio.
  Você ali em meus braços.
  O tempo temia em passar.
  Até mesmo ele parou para nos apreciar.
  De olhos fechados
  Encontro-me em plena viagem
  Para teu Universo
  Cheio de sonhos.
  E neles
  Nós éramos apenas
  Um. ]

Porção



[ Caldeirão.
  Um fim de tarde qualquer.
  Uma dose de teus sorrisos.
  Outros tantos de teus olhares.
  Três gotas de concentrado de paixonite aguda
  Para quem quer devanear.
  Uma colher de chá de cumplicidade.
  Mais uns tantos de compreensão.
  Uma pitada de saudade.
  Dentre outras de empolgação.
  Quatro cubos de intensidade.
  Só mais um, para adocicar.
  Trezentas gramas de um suspirar.
  E um pouquinho de calor para esquentar.
  Vapor.
  Borbulhas e mais borbulhas se formam.
  - CABOOM! -
  Uma fumaça de brilhantes estrelas
  Espalhou-se pelo ar
  Como uma chuva de estrelas cadentes.
  E então...
  Fez-se o Amor...! ]

sábado, 17 de julho de 2010

Pulsar

[ Tocante meu peito apaixonado.
  Que Pulsa.
  Palpita.
  ...
  Que encheu-se de amor por teus Olhos.]

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Música, por favor...







Paris Nights/ New York Mornings (Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Breakfast at Mickey's, make-up still on
Café da manhã no Mickey's, ainda com maquiagem
Elbows on the greasy table cloth
Cotovelos na toalha de mesa gordurosa
One more coffee and one last cigarette
Mais um café e um último cigarro

Smiling at the rain cause you hold me close
Sorrio para a chuva porque você me abraça forte
My best dress on underneath this old coat
Meu melhor vestido debaixo deste casaco velho
Walking down Bleecker no one is awake yet
Andando na Bleecker ninguém está acordado ainda

Still, seven hours
Ainda, sete horas
Nothing but clouds
Nada além de nuvens
It's enough to make your heart sigh
É o suficiente para fazer seu coração suspirar
We should try
Nós deveríamos tentar
So pick me up and take me out
Então me pegue e me leve para sair

Oo we crash into love-filled nights
Ooh nós damos de cara com noites cheias de amor
(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Oo we race till we're out of time
Ooh corremos até ficarmos sem tempo

(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

And now that you've taken me up so high
E agora que você me levou tão alto

(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Don't let me down
Não me decepcione

Don't let me down
Não me decepcione



I could see the lights from the restaurant
Eu podia ver as luzes do restaurante 
I couldn't quite perfect that nonchalance
Eu não podia ver perfeitamente a indiferença

Paris and champagne with one brown sugar cube
Paris e champanhe com um cubo de açúcar mascavo

And we danced while the band played "She's not there"
E nós dançávamos enquanto a banda tocava "She's not there"
Kissed me in the rain by the Rue Voltaire
Você me beijou na chuva na Rue Voltaire

It's a perfectly good way to ruin those silk shoes
O jeito perfeito de estragas os sapatos de seda


Still, seven hours
Ainda, sete horas
Nothing but clouds
Nada além de nuvens

It's enough to make your heart sigh
É o suficiente para fazer seu coração suspirar

We should try
Nós deveríamos tentar

For each other and for the lovers
Por cada um e pelos amantes

Oo we crash into love-filled nights

Ooh nós damos de cara com noites cheias de amor
(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Oo we race till we're out of time
Ooh corremos até ficarmos sem tempo

(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

And now that you've taken me up so high
E agora que você me levou tão alto

(Paris nights and New York mornings)   
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Don't let me down
Não me decepcione

Don't let me down  
Não me decepcione

You change and you grow

Você muda e você cresce
But we were young
Mas nós éramos jovens

We were young and we didn't know
Nós éramos jovens e não sabíamos

We didn't know
Nós não sabíamos

Oo we crash into love-filled nights

Ooh nós damos de cara com noites cheias de amor
(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Oo we race till we're out of time
Ooh corremos até ficarmos sem tempo

(Paris nights and New York mornings)  
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

And now that you've taken me up so high
E agora que você me levou tão alto

(Paris nights and New York mornings)
(Noites de Paris/Manhãs de Nova Iorque)

Don't let me down
Não me decepcione

Don't let me down
Não me decepcione


Corinne Bailey Rae

quarta-feira, 14 de julho de 2010

E quando o Sol se vai...



[ Hoje não tenho o que escrever...
  Na verdade até tenho, mas prefiro permanecer calada.


  Digo, apenas, que...


  São poucas as coisas capazes de tirar-me o fôlego...
  Mas hoje,
  O adormecer do Sol tomou-me os sentidos
  A ponto de fazer-me parar por meros segundos
  de respirar... ]

Travessuras



[ Abro-te meu mais cintilante sorrir...
  Gostinho de travessura.
  Dou-te como quem nada quer em troca.
  Deleita-te.
  Pois, sinceridade brota deles.
  Meu Moço...
  Meu Bem...
  Minha Benção infinita... ]

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Puramente Clichê

[ Quero ele, agora.
  Enfim!


  Quero cuidá-lo...
            abraçá-lo...
            carregá-lo...


  Para dentro de mim...


  Quero o amor...
            a paixão...
            o prazer...
            o querer...


  O Bem mais que Querer...


  Sorrisos perdidos.
  Olhares encontrados.
  Amores bandidos.


  Em noite plena...
  Serena.
  Banhada pela pálida imensidão de um intenso luar. ]

F.I.M.



[ Seja o Fim.
  Finito extrema longitude.
  Transgressão de fases existenciais.
  Primeira, segunda, terceira, talvez.
  Clamamos pelo Fim dos maus presságios.
  Suplicamos até, em alguns meros momentos.
  Talvez naqueles que a agonia nos cega.
  Desnorteados ficamos.
  Mas, quando vem a bonança
  A claridade nos toma a mente.
  E de dementes
  Nos tornamos Sãos. ]

domingo, 11 de julho de 2010

Cartas




[ Correspondente ao remetente.
  Tracejados.
  Rasuras.
  Rabiscos.
  As palavras fogem.
  Esguiam-se.
  Tento capturá-las, mas não tenho sucesso.
  Apenas, quero dar-te em carta, aquilo que tenho guardado em meu peito.
  Mas, Talvez dar-te em escritos sentimentos abstratos
  Não seja uma boa idéia.
  Dar-te-ei por meus olhares...
  Por minhas carícias...
  Por meus gestos de amor... ]

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Intentos

[ Sonhos, são partículas, que agregadas tornam-se algo real, palpável, sejam eles concretos ou não.







 Ver o alegrar do arco-irís ao amanhecer...






                                                            






        
Plantar e colher Sorte no Mundo...










Saber admirar e dar valor as coisas que realmente importam...








 Viver nas alturas com total aventura...












Ver o sorrir de todas as crianças do Mundo...













Colorir com emoção...












Desligar-me do mundo por alguns segundos...












Vislumbrar uma paisagem de tirar o fôlego...












Distribuir Amor...











Encontrar um Amor que vale à pena...













Ver desenhos formados pelas nuvens...














Deliciar um pôr-do-sol...







E então, unir-me à Lua, em tempos de Cheia... ]

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Entre o Céu e o Inferno

[ "Parte da minha madrugada e de meu sono perdido, se fez por minha meditação de tudo o que se passa na Terra. Todos os acontecimentos possíveis e impossíveis, dos prováveis aos mais improváveis. Talvez certa indagação não me leve a lugar algum. Talvez confunda ainda mais minha cabeça, eu não sei. Mas, como não posso controlar minha mente, só me resta tentar entender, ou ao menos arranjar uma explicação aceitável para tais fatos. Ou simplesmente não aceitá-los e muito menos engolí-los, vai se saber. Quando pequenina eu, assim como toda criança, não entendia muito das coisas do mundo, as atitudes tomadas pelas pessoas, ou coisas do tipo. Porém, com o passar dos anos, mesmo não tendo muita idade, passo a saber avaliá-los da devida forma. Ou ao menos tento! De uns tempos pra cá, um ano para ser mais precisa, venho me deparando com coisas absurdas, mas não é uma cena de filme, uma trama de teatro, uma notícia de jornal ou revista, muito menos acontece na vida de um amigo, do amigo, do amigo de um conhecido meu, elas acontecem ao meu redor, na minha vida e com as pessoas que fazem parte dela. Seria errado colocar fé, por assim dizer, em alguém que você acha que pode confiar? Um amigo. Um parente. Se não podemos confiar em alguém que faz parte da nossa família, como confiar em alguém que está fora dela? Tornasse lúdico até. Tudo o que você escuta não condiz com o que você vê, com o que você presencia. Meu peito por vezes ficou apertadinho. Impaciente, minha cabeça foi ficando cada vez mais confusa. Todas as lembranças guardadas na minha infância que relacionavam tal pessoa, se esvaíram. Aquela parte de meu alicerce, se fez pó. Argumentos de pura insanidade são o que ouço agora. Mentiras. Farsas. E mais mentiras. Nunca tive o estômago forte para tais falsidades. E por mais que eu encare de peito aberto, esse mesmo peito torna-se a machucar com cada "novidade" dessa história, por hora, sem fim. Dissimulações. Máscaras. Aqueles até então aliados, assim já não o são mais. E os outros na incumbência de deter, nada fazem. Os vilões da trama sem fim, continuam enganando e saqueando os mocinhos indefesos. E eu, narradora dessa história, faço e defendo aquilo que acredito ser o mais certo, o mais sensato, talvez. Só quero que minha mocinha fique bem, é o que peço, é o que quero, é o que importa para mim no momento. Embora que violência não se responda com violência, para mim, crueldade não se responde com perdão. Acredito que todos nós somos conscientes de nossos atos, sejam eles bons, ou principalmente, ruins. Não quero pregar nada, só quero que façam algo, que tomem uma atitude, pequena que seja, mas já é um grande começo. Ao menos é melhor que fingir estar de olhos fechados. Não sou santa nem tampouco Deus, só quero ser alguém que no final pude olhar para trás e não ter remorso daquilo que não fiz". ]

[Te] Conto...

[ Queria escrever um conto
  Mas não sei se conto
  Isso agora ou depois.


  Agora me bateu a incerteza
  Disso ou daquilo
  No aqui ou no acolá.


  Então escuto a música
  Provinda lá de longe
  Não sei daonde
  Mas me fez crêr.


  Tudo na vida dá certo
  Estando ou não aqui perto
  Seja com ou sem você. ]

terça-feira, 6 de julho de 2010

E então, fez-se Chuva...



[ As nuvens ficaram pesadas.
  Quase amarrotadas, por tanto pesar.
  Insustentável tornou-se.
  Cinzas era o que se podia ver.
  Tons claros e escuros.
  Brancos e negros.
  Matizes acinzentadas preenchiam o teto do Mundo.
  E eu ali, parada.
  À postos.
  Esperando uma resposta divina.
  - O que me espera? -
  Era a questão mais presente.
  No entanto a mais importante seria...
  - O que Eu esperava? -
  Relâmpagos...
  Trovões...
  Raios...
  Reações...
  O tempo Parou.
  O tempo Fechou.
  E uniforme ficou.
  Tom cinza grafite, apenas.
  Fecho meus Olhos com ar de desesperança.
  E um pingo cai na ponta de meu nariz.
  Gotas fortes.
  Enxurrada.
  Paro e sinto.
  Seriam lágrimas?
  Lágrimas de felicidade...
  De amor, talvez.
  De amizade, quem sabe.
  Criadas e recriadas.
  Transmutadas.
  Chover...
  Matéria prima recorrente de outras lágrimas.
  Novos sentimentos.
  Sinais de boa aventurança... ]

domingo, 4 de julho de 2010

Talvez

[ Talvez eu tenha te dado todas as estrelas de meu grande Céu...
  E você as tenha desperdiçado.
  Talvez eu tenha te oferecido todo o amor que vagueia meu Coração...
  E você o tenha recusado.
  Talvez...
  As estrelas estejam perdidas no espaço,
  E meu grande Céu permanecerá um vazio por tempo indefinido.
  Talvez...
  O amor, após tal recusa, tenha se enclausurado.
  Mas, talvez, nada disso aconteceça...
  Talvez um outro alguém possa aos poucos presentear meu grande Céu com o iluminar de novas Estrelas.
  Assim, como talvez possa aquecer os calafrios de tal Amor amedrontado.
  Talvez...
  Quem saberá? ]

Chocolate



[ Doces.
  Amargos.
  Meio-Amargos.
  Ao leite.
  Com Avelã.
  Amêndoas.
  Amendoin.
                 
  Chantilly e uma cereja ao topo.
  Crocantes.
  Caramelados.
 
  Adocicam minha boca.
  Temperam meu pensar.
  Cristalizam minha imaginação.


                              Agora só falta...
                                                      Uma pitadinha de amor, por favor! ]

Vomitando borboletas



[ Não direi o que queres ouvir.
  Nem tampouco, farei o que queres que eu faça.
  Serei como sou desde sempre.
  Se não te agradas, pouco me importa.
  Não estou aqui para agradar.


  Mas sim, para complementar... ]

sábado, 3 de julho de 2010

(Des)Encanto

[ Aquele sorriso de outrora já não exerce nenhum efeito sobre mim.
  Aqueles olhos encantadores, permanecem com tal beleza.
  Porém, já não penso neles como antes.
  As coisas mudaram.
  E pouco do desdém tão presente
  Escorria o sentimento para o ralo.
  Agora só resta poucas gotas
  Espalhadas pelo chão.
  Gotículas essas, como o orvalho que seca com a luz do Sol.
  Evapora-se.
  E as nuvens começam a formar-se... ]

Por hora

[ E então, nos tornamos um.
  Embora ainda fossemos nós.
  Cada centímetro de pele levemente tocada.
  Cada deslizar de mãos.
  Cada respiração sussurrada e sentida.
  Muito de mim havia em você.
  Parte de você permanecera em mim.
  Horas, por hora, pausavam.
  A noite fez-se dia e levara consigo
  O encantar do momento.
  Quão belo e triste o amanhecer o é.
  Assim como banha nossa alma na esperança de um novo dia,
  Nos toma e eterniza na lembrança os momentos vividos no passar da noite. ]

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fantoches



[ Preceitos.
  O que de fato está certo?
  Ou errado?
  Quem define isso?
  Somos tão manipulados e manipuladores.
  Nos baseamos no que a sociedade nos serve à mesa.
  Sirva-se!
  Um menu de sugestões do que se deve ou não fazer, pensar, agir.
  Fantoches de carne e osso.
  As linhas encontram-se invisíveis pela ilusão.
  Braços levantados.
  Pernas curvadas.
  Cabeça para cima e para baixo.
  Pense assim.
  Faça assim.
  Fale assim.
  É assim que se deve fazer!
  Almejo o romper das linhas... ]

Evaporar

[ As forças se foram.
  Já não tenho mais sêde.
  Nem fome.
  Começo a desistir de lutar.
  Não tentar entender.
  Não crêr.
  Arquejante permaneço.
  Falta-me o ar.
  As horas paralisaram.
  E meu peito dói.
  Tudo o que desejo é partir.
  Sumir, talvez.
  Sem deixar rastros.
  Um fio de cabelo sequer... ]

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Juntos

[






















                                        ... ]