terça-feira, 1 de março de 2011

[ (...) 
  Então, abanquei-me no jardim logo afora de mim.
  A relva acompanhava-me naquela noite.
  Pude ouvir o cochichar dos pássaros silvestres
  Que observavam-me sorrateiros
  Feito crianças a observar o mundo
  Com pés descalços
  Sujos de Terra.


  Armei meu espetáculo.


  Deitei minha seda sobre a grama.
  Acomodei minha taça 
  E meu vinho puramente encorpado.
  Conciso.
  Firme.
  Azedumicamente doce
  Em teu sincero sabor.


  Ao meu lado 
  Minha vitrola.
  Enferrujada.
  E tua agulha nada mais poderia dizer
  Além de teus cânticos balbuciados.
  Não por meu vinil arranhado.
  Mas, por tuas palavras
  Fielmente
  Sentidas
  Em cada entoar...


  E aquela ranhura crescente.
  Pertinente.
  Soluçou-me o Jazz 
  Intocado.
  Murmurado...
  Em versículos devidamente 
  Inalados.
  Suspirados.
  Derramando em lágrimas
  Canções de amor...


  E naquele Céu que olhara.
  Que decodificara
  Meus sonhos em sinfonia.
  Fez-me evadir
  Após o meu último 
  Respirar... ]

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