segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sabor Plutônico





[ Minhas reticências 
  São nuvens recheadas de sonhos.
  De esperanças...
  Em meu Mundo perdido
  Disseminei parte do que havia de bom em meu peito.
  O meu Céu decorei com
  Sorrisos
  Ensejos
  e Afins...
  E eu
  Em pleno aconchego.
  Fincada no mais doce sossego.
  Aturdida fiquei.
  Ao longe ouço a sinfonia.
  Um intimista violão desafinado.
  A melodia delirante 
  De algum poeta errante.
  E cá estou, em minha morada no planeta solitário.
  À procura 
  Da sonoridade que distante não parecia estar.
  Parei.
  Fitei.
  Alarmei-me com tais palavras.
  Brotadas não se sabe onde.
  O vento amigo trouxe consigo o tal recado...

              "Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
                 Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
                      A gente é tão pequeno, gigante no coração
                           Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão
                                Menina vou te sonhar comigo...
                                     Menina vou te sonhar comigo...
                                           Sou teu gesto lindo
                                                  Sou teus pés
                                                          Sou quem olha você dormindo..."


  Deparo-me com um seresteiro 
  De vestes e cabelos garbosos.
  Com voz de veludo, que só ouvindo para crer que poderia existir algo tão sublime.
  Sua voz tornou-se sussurro aos meus ouvidos.
  Naquele instante
  Meus Olhos ou Membros ou Pensamentos
  Já não pude ordenar.
  Por ação dos Deuses
  Nossos planetas esquecidos
  Haviam se alinhado...
  Ou melhor, se encontrado.
  Paralisada permaneci atrelada a imagem do belo forasteiro.
  Tentada.
  Resolvi mergulhar na imensidão
  Daquele Sorrir.
  Mas por infelicidade de um destino ingrato.
  Minha chance de desbravar o vazio daquele Espaço que nos separava
  Deu-me "AtéLogo" juntamente com o poeta errante.
  À espera estou,
  Na esperança de reencontrar 
  Aquele sorriso que inocentemente me cativou. ]

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