domingo, 6 de junho de 2010

Luto aos Cacos de Vidro

[ Fatos.
  Fotos.
  O vinil arranhado na vitrola quebrada.
  E na minha estante do canto esquerdo da sala,
  Encontrava-se a caixinha de vidro que
  Emoldurava meu coração.
  Tremores absurdamente inesperados,
  Tremeram as bases de meu alicerce de puro concreto.
  A estante estremeceu deixando cair a tão valiosa
  Caixinha de vidro.
  Os cacos estavam espalhados por todo o chão.
  E meu coração, que estava guardado na caixa,
  Agora encontra-se cheio de fragmentos.
  Em ruínas, perfurado pelas míseras
  Faíscas de vidro em pedaços.
  O sangue jorra incessante.
  Escorre por todo o chão da sala vazia.
  Acompanhado pelas últimas batidas cardíacas.
  Tumtum... Tumtum...
  Tumtum...
  Tum...
  ... ... ... ... ...




  O silêncio pairava.



  O céu de azul límpido pintou-se de cinza escuro.
  As nuvens reuniram-se para velá-lo.
  As andorinhas vieram dar seu último Adeus.
  O mundo parou por alguns meros instantes.
  Viu-se a aura branca sair pela janela.
  Era a aura de um coração puro.
  Estraçalhado pelas dores do Amor.
  Então fez-se


  O Luto. ]

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